Após audiência de custódia, mandante de incêndios criminosos em Feira de Santana tem prisão temporária mantida
Foto: Paulo José/Acorda Cidade |
A prisão temporária do chinês de 45 anos, acusado de ser o mandante de uma série de incêndios criminosos em Feira de Santana, foi mantida após audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (22). O suspeito foi detido na quinta-feira (21), na BR-324, durante a segunda fase da Operação Huǒlóng: Dragão de Fogo, deflagrada pela Polícia Civil da Bahia, com o apoio de núcleos de inteligência e da CATTI/Sertão.
O homem é apontado como financiador dos ataques ocorridos em setembro, parte de uma disputa comercial entre empresários chineses na região. Durante a prisão, foram apreendidas duas pistolas Glock e a quantia de R$ 3.200.
Segundo o advogado do suspeito, Rafael Esperidião, a audiência ocorreu por volta das 16h, dentro do prazo de 24 horas após a prisão, como determina a lei. “A audiência de custódia foi realizada na tarde de hoje, dando início por volta das 16 horas, derivada de um cumprimento de mandado de prisão temporária que foi expedido pela própria juíza na data de ontem. Após ter decretado a prisão temporária pelo prazo de cinco dias, a prisão foi cumprida na data de ontem e, como prevê a lei, qualquer preso deve ser submetido à audiência de custódia no prazo de 24 horas”, detalhou ao Acorda Cidade.
O advogado explicou que a sessão teve como objetivo verificar a legalidade da prisão e determinar sua continuidade.
“A juíza, neste primeiro momento, decidiu por manter essa prisão pelos fatos que já foram explanados na decisão de decreto temporário. Essa decisão, inclusive, é sigilosa para preservar as investigações, que ainda contam com mandados pendentes de cumprimento”, afirmou o advogado.
A prisão foi decretada inicialmente por cinco dias, mas poderá ser prorrogada por mais cinco, dependendo de novas decisões judiciais.
Segundo Esperidião, o caso segue sob sigilo judicial. Ele afirmou que não teve acesso ao processo na íntegra.
“O que foi disponibilizado após o fim da audiência foi a decisão que decretou a prisão preventiva, mas é algo baseado em todo o inquérito, toda a produção de provas. Foi mencionado que tem situações de apuração de quebra de sigilos telefônicos, sigilo bancário, então nada disso ainda foi disponibilizado para ter acesso”, destacou.
Declaração do acusado
Durante a audiência de custódia, o advogado relatou que o acusado negou envolvimento nos crimes, mas ressaltou que o cliente encontrou dificuldades por conta da barreira linguística.
“Ele fala mandarim, e nós falamos português brasileiro. Ele não compreende tudo com clareza, como nós também não compreendemos o idioma dele. A princípio, o que foi conversado ali e de forma pelo que ele conseguia compreender, ele nega qualquer tipo de envolvimento. Mas também a audiência de custódia não é para isso, para apurar se é culpado ou inocente; é apenas sobre a questão da legalidade da prisão e se mantém ou não, então sobre essas questões de fato também não foram muito aprofundadas na audiência de custódia”, afirmou o advogado ao Acorda Cidade.
Relembre o caso
Os incêndios criminosos ocorreram em na madrugada do dia 13 de setembro deste ano e destruíram três propriedades de empresários chineses em Feira de Santana. O primeiro ataque atingiu um depósito de produtos importados, no bairro Pedra do Descanso, causando prejuízos estimados em R$ 8 milhões. Outros dois incêndios afetaram lojas no centro da cidade, elevando os danos para mais de R$ 15 milhões.
As investigações apontam que o empresário chinês, residente em São Paulo, teria pago R$ 50 mil para a execução dos ataques, que foram orquestrados com a ajuda de um cabo da Polícia Militar de São Paulo. Ele teria sido o intermediário entre o mandante e os executores.
Fonte:Acorda Cidade
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